2020 será um ano de decisões críticas para operadoras wireless

O 5G foi lançado em lugares ao redor do mundo, mas está apenas começando. As operadoras de rede ainda têm um longo caminho para fazer com que essa tecnologia atinja seu potencial. Neste blog, Morgan Kurk explica que 2020 será o ano em que as operadoras de rede se organizarão para cumprir a promessa do 5G.

5G GettyImages-481313075Temos ouvido a promessa do 5G por anos - como será mais rápido e mais eficiente - mas foi só em 2019 que vimos os primeiros sinais de lançamento dessa tecnologia pelo mundo. Enquanto esperamos que mais cidades fiquem on-line e dispositivos 5G sejam introduzidos, acreditamos que 2020 será o pontapé inicial para um futuro mais conectado.

CLIQUE PARA TWEETAR: Morgan Kurk da CommScope acredita que 2020 será o ano em que tudo irá convergir para a entrega da promessa do 5G.

Os consumidores continuarão a ouvir falar sobre o 5G e os benefícios que ele vai oferecer, o que inclui jogos e realidade aumentada, e isso levará a procura por baixa latência. Mas jogos, realidade aumentada e até vídeos - que são estimados a serem 82% de todo o tráfego de IP até 2020 [1] - não são os aplicativos mais importantes que irão direcionar a necessidade do consumidor para novas experiências e a necessidade de 5G. 

As operadoras não irão esperar pelo aplicativo indispensável e estarão ocupadas em 2020, lançando, densificando e alimentando a rede em uma variedade de bandas enquanto trabalham na condução dos padrões e da tecnologia.

Escolha uma banda

Operadoras por todo o mundo designaram a banda média (principalmente 3,5 GHz) como faixa principal para 5G, no entanto, as operadoras dos Estados Unidos não têm essa opção, portanto, estão usando faixas de frequência atuais mais baixas e as frequências mmWave (acima de24 GHz). 

As operadoras precisam de eficiência em termos de custo por bit por área, o que determina como, onde e quais bandas elas irão implantar. Em outras palavras, as operadoras irão decidir se usarão banda de alta performance, desta forma o custo por bit cairá, mas a área irá diminuir. Assim, eles precisarão implantar mais células o que elevará o custo. Ao usar o espectro de banda média ou baixa, o que faz com que eles possam baixar o custo por não terem que implantar tantas células para cobrir uma mesma área, o custo por bit aumenta, já que a largura da banda de rádios é significativamente menor. A saída será uma equação de otimização levando frequência alta a áreas mais densas e frequências mais baixas em áreas menos densas.  

Tudo depende de quais bandas pertencem ou são implantadas por uma operadora. Isso é o que irá determinar as áreas de cobertura, alcance e velocidade. Acabaremos tendo os "reis de cobertura", "reis de capacidade" e "wireless fixos". Os reis de cobertura irão usar o seu espectro e a tecnologia escolhida para cobrir uma grande área geográfica; por exemplo a Austrália, onde a maioria da população está na costa e o interior do país ainda precisa de cobertura. Os reis de capacidade irão focar em cidades como Nova Iorque, Paris, Londres e outras áreas densamente povoadas que dependam de tecnologias como células pequenas, para entregar velocidade e serviços de baixa latência aos consumidores, empresas e dispositivos conectados. A tecnologia wireless fixo irá se concentrar em fornecer o serviço com o alcance para entregar conectividade de banda larga a usuários de baixa densidade populacional economicamente.

Mais espectro estará disponível em várias regiões do mundo por meio de leilões ou alocações a cada ano.  Em 2020 veremos o lançamento de espectro compartilhado e o potencial para provar que ele pode funcionar. O Serviço de Rádio de Banda Larga Citizens - CBRS (do inglês: Citizens Broadband Radio Service) nos E.U.A. entrará em plena implantação e utilizará um sistema de acesso ao espectro para alocar o espectro. Outras regiões irão assistir e checar se este experimento funciona e farão ajustes para implementar em outras partes do mundo. 

Além de um espectro licenciado e compartilhado, 2020 também é o ano em que o Wi-Fi 6 se tornará popular. Há um esforço conjunto para aumentar o espectro disponível para Wi-Fi na faixa de 6GHz. Continua a haver um esforço para utilizar todo o espectro para atender às necessidades dos consumidores, licenciados e não licenciados.

Embora o Statista estime que o número global de conexões 5G será de 1,1B até 2025, o Wi-Fi 6 é uma opção para empresas e áreas densamente povoadas para oferecer cobertura wireless. 

Padrões e tecnologia

Padrões abertos continuam a ser um grande assunto de discussão e vemos 2020 como o início de um processo de três anos que provará se padrões abertos serão benéficos para a operadora wireless. A O-RAN Alliance é uma organização que "se compromete com a evolução das redes de acesso a rádio por todo o mundo". A visão deles é virtualizar vários elementos de rede, hardware white box e interfaces padronizadas por toda a rede. Embora a organização seja jovem - fundada em 2018 - ela já possui mais de 120 empresas membros trabalhando em prol da abertura e da inteligência. Acreditamos que 2020 verá um acordo em aspectos fundamentais da O-RAN acelerando as implantações de rede 5G.

Muitas operadoras wireless começaram implantações de rede 5G com pequenos testes da tecnologia “massive MIMO” (multiple-input and multiple-output) - "múltiplas entradas e múltiplas saídas" em tradução livre. À medida que as redes forem colocadas online em 2020, a quantidade de dados necessários, juntamente com o custo de energia, backhaul e aquisição de sites, irão determinar se e quando o “massive MIMO” será implementado nas implantações de rede. Se mais capacidade for necessária, 2020 poderá ver um aumento nas implantações do “massive MIMO”. Contudo, à medida que a eficiência aumenta com o MIMO, a complexidade e o custo também aumentam.

A tecnologia utilizada para Wi-Fi tem sido a TDD (Time division duplex), enquanto a FDD (Frequency division duplex) tem sido usada na maior parte do mundo celular. Com a introdução do espectro licenciado de frequência mais alta, a TDD está se tornando popular com o 5G. Isto trará novos desafios e benefícios e um tipo diferente de complexidade à medida que é integrado com as tradicionais bandas TDD. Com este espectro TDD, no entanto, será possível que as redes sem fio compitam com as redes com fio.

Lançando as redes

Vemos 2020 como um ano importante na construção da cobertura e capacidade 5G. O 5G exigirá, não apenas, tocar nos macro-sites, mas também a densificação das células metropolitanas e o fortalecimento dos sistemas internos.

Embora ainda seja cedo, os dados e o processamento estão começando a se mover do núcleo para a borda para remover os gargalos. Veremos mais disso acontecer à medida que a rede virtualiza.

À medida que a camada metropolitana da rede se torna mais importante, obter energia para esses lugares será algo crítico de uma perspectiva de custo e tempo. A CommScope há muito fala sobre aquisição de PBS - power, backhaul e site (energia, backhaul e site) como os três pontos críticos para construir uma rede, e isto é ainda mais verdadeiro para o 5G.

O 5G foi lançado em lugares ao redor do mundo, mas está apenas começando. As operadoras de rede ainda têm um longo caminho para fazer com que essa tecnologia atinja seu potencial. Acreditamos que 2020 será o ano que as operadoras de rede terão montado o quebra-cabeça para entregar a promessa do 5G e veremos como as linhas entre a tecnologia wireless e a tecnologia fixa continuam a se misturar.


1. Índice de Rede Visual da Cisco: Forecast and Trends, 2017-2022 White Paper

 

Dedicado à simplificação da conectividade de cell site

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